terça-feira, 13 de julho de 2010

Futuro de bambu na construção

Em vez de florestas de eucaliptos, bambuzais. Em vez de vigas de aço, varas de bambu. Essa é a visão que levou o engenheiro agrônomo Danilo Candia, 45 anos, a se lançar em um empreendimento tão versátil quanto a matéria-prima que explora. A paulistana Bambu Carbono Zero oferece produtos derivados de bambu e serviços de consultoria em todos os segmentos da cadeia produtiva, desde o fornecimento de mudas em larga escala, plantio, manejo e extração até soluções construtivas e de revestimentos. “As varas podem ser usadas como pilares, vigas, caibros, vergalhões e até pisos. São mais leves do que a madeira e têm força de tração similar à do aço”, afirma Candia.
Foi nos anos 1990 que o empresário começou a pesquisar as aplicações do bambu na arquitetura e na construção civil. Mas foi só em 2007 que criou, em sociedade com a paisagista Renata Tilli, a Bambu Carbono Zero. No ano passado, a empresa atingiu um faturamento de R$ 500 mil. “Neste ano, a previsão é chegar a R$ 1 milhão”, afirma Thomas Brieu, executivo da Bambu Carbono Zero. O próximo projeto da empresa é ambicioso: usar compostos de fibra de bambu como substitutos da madeira da agroindústria, um negócio que deve movimentar R$ 15 milhões só nos dois primeiros anos. “O bambu é o material do futuro”, aposta Candia. O maior problema enfrentado pela empresa é a pulverização dos fornecedores, já que os bambuzais são propriedades de pequenos agricultores, espalhados pelo cinturão verde de São Paulo. A extração é complicada, pois as touceiras são plantadas em lugares de difícil acesso. E a qualidade dos colmos varia muito, dependendo do fornecedor escolhido.
por Wilson Weigl

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