segunda-feira, 10 de maio de 2010

Trocada(o) por outro(a)

Raiva, humilhação, vontade de vingança. Não importa qual a reação de quem descobre uma traição, algumas perguntas invariavelmente passarão pela sua cabeça: Será que é mais bonita? Mais inteligente? Melhor na cama? E enquanto a criatividade viaja na busca dessas respostas, a mente prega ainda outra peça: a de imaginar as cenas de intimidade entre os dois, o beijo, a carícia. Mas há quem enfrente toda essa dor e ainda tenha que processar uma informação surpresa: a traição é, na verdade, homossexual. O que acontece com a cabeça e com o coração nessa hora? O fato de ser trocado por alguém do sexo oposto torna o sofrimento pela traição ainda pior? Assim como todas as questões emocionais, não existe uma única resposta a essa pergunta. Há quem afirme que o fato de o parceiro ter ido atrás de algo que ela não pode dar — a própria anatomia, por exemplo — é reconfortante. E há quem veja isso como um agravante, uma vez que, até onde se sabia, seu parceiro era heterossexual. É o que afirma a psiquiatra e sexóloga Carmita Abdo, coordenadora geral do Prosex (Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas de São Paulo). “O que observo é que as reações são muito variadas. Mas a sensação de se ter vivido uma história de amor de mentira, uma farsa, tende a agravar a dor. Assim como piora quando se tem filhos daquele casamento”
Por Mayra Stachuk e Kizzy Bortolo

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