quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Museus valorizam design com mostras de anúncios antigos

Nos carros sobre trilhos que cortavam São Paulo antes de ela ser metrópole, cartazes anunciavam de tudo, dos milagrosos rum Creosotado e colírio Lavolho ao forte café Paraventi, passando até pelas notícias da recém-lançada "Folha da Tarde".
Dos anos 1940 aos 1970, a Companhia de Annuncios em Bonds, grafada assim mesmo, inventou cerca de 9.000 anúncios em cartaz, num ateliê comandado pelo polonês Henrique Mirgalowski na rua do Carmo, atrás da praça da Sé.
Eram desenhos de influência soviética, art déco e futurista, com textos um tanto singelos. Quase tudo estava à venda nas "boas casas do ramo", e clientes eram chamados de "ilustre passageiro"
Mas tudo isso se perdeu quando os bondes deram lugar aos ônibus e o ateliê foi despejado de seu endereço.
Cartazes que sobreviveram foram passando de mão em mão até serem expostos agora pela primeira vez, numa mostra que o Instituto Tomie Ohtake abre hoje à noite.
Junto do Instituto Tomie Ohtake, o Museu Paulista tem agora uma exposição de papéis de bala, com embalagens e rótulos de chicletes e doces mais e menos clássicos --estão lá Ping Pong, balas Chita, entre outras guloseimas com alto teor de glicose.
Entre as pin-ups, tema mais tradicional das garrafas de caninha, bichos e nomes estranhos, havia também homenagens a grandes sambistas, jogadores de futebol e acontecimentos históricos.
SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO

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